Muitos estudantes indagam por que motivo não podem utilizar a calculadora em sala de aula. Esta pergunta tem várias respostas, mas leva a outra questão: quando poderiam usá-la?
Em geral costuma-se forçar a realização das operações básicas até que o aluno tenha total domínio das mesmas. Isto deve ocorrer nas primeiras sérias do Ensino Fundamental. Assim sendo, o uso da calculadora deve ser evitado nessas séries. Seu uso seria permitido na intenção de conferir resultados.
Mas, o que dizer da utilização da calculadora nas séries finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio? Esta é uma questão polêmica.
Eu particularmente sou a favor não só do uso da calculadora como também defendo que a mesma deve fazer parte do currículo enquanto instrumento. Desta forma a calculadora deve receber atenção dos professores que devem ensinar a seus alunos a melhor forma de explorar seus recursos.
Em países como a França e a Espanha, desde o sexto ano do Ensino Fundamental solicita-se na lista de materiais um modelo específico de calculadora científica, aconselhando-se que todos estudantes utilizem o mesmo modelo por questões didáticas.
Tanto nas aulas de Matemática como nas aulas de Ciências os estudantes aprendem a utilizar os comandos básicos e avançados das máquinas e isso lhes permite a realização de cálculos mais complexos. No Brasil são raras as escolas que adotam essa postura.
A calculadora passa de vilã a aliada na sala de aula. Obviamente, em outros momentos os estudantes são estimulados a continuarem a realizar contas da forma manual e também intuitiva (com cálculo mental).
A utilização da calculadora em sala de aula de modo coerente permite que mais e mais estudantes cheguem à universidade com o domínio de seus recursos em benefício próprio, colaborando para reduzir o analfabetismo funcional que ainda persiste em grande parte da população jovem e adulta.
Mais recentemente, a polêmica cresceu com relação à liberação ou não de celulares em sala de aula. Considerando que os celulares também são instrumentos com ferramentas importantes, vale a mesma ideia de incorporar os aparelhos à dinâmica da sala de aula, explorando sempre que possível seus infinitos recursos.